Inovação na mamografia: nova tecnologia promete exame sem compressão e melhora no diagnóstico precoce do câncer de mama

Dennis Smith
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A mamografia é um exame fundamental para a detecção precoce do câncer de mama, utilizando raios X para obter imagens detalhadas do tecido mamário. Tradicionalmente, esse exame exige a compressão das mamas para capturar imagens em alta resolução, o que provoca desconforto e dor em muitas pacientes. Pensando nisso, pesquisadores da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e do Instituto Federal de São Paulo desenvolveram uma nova tecnologia que permite a realização da mamografia sem a necessidade de compressão, oferecendo um avanço significativo para o conforto e a precisão do diagnóstico.

O novo aparelho, que funciona de maneira semelhante a um sistema de radar, utiliza radiação ionizante para captar imagens detalhadas das mamas, facilitando a identificação de lesões e alterações nos tecidos mamários. Essa inovação promete complementar os métodos tradicionais, trazendo um recurso moderno que pode aumentar a eficácia dos exames de rotina. Segundo o professor Bruno Sanches, responsável pelo desenvolvimento do dispositivo, o sistema é capaz de diferenciar tecidos com maior precisão, o que é especialmente útil para pacientes com mamas densas, cuja visualização costuma ser dificultada em mamografias convencionais.

Uma das grandes vantagens da nova tecnologia é o fato de dispensar a compressão da mama, eliminando um dos principais motivos de resistência ao exame. O aparelho foi projetado para ser portátil e fácil de usar, funcionando como um “bojo” que é colocado sobre a mama da paciente. A operação é simples: basta acionar o equipamento em diferentes ângulos para obter múltiplas imagens, sem a necessidade de um operador especializado para manuseio complexo. Essa praticidade torna o exame mais acessível e confortável para quem precisa realizá-lo regularmente.

Além do conforto, o novo aparelho oferece um nível de detalhamento superior ao da mamografia tradicional, possibilitando uma visualização mais clara dos tecidos mamários, como gorduras, dutos e tecidos glandulares, bem como a identificação de possíveis tumores. O pesquisador compara a qualidade das imagens geradas pelo sistema a uma “mamografia colorida”, indicando a riqueza de detalhes capturados pelo dispositivo. Isso pode representar um avanço importante no diagnóstico precoce do câncer de mama, ampliando as chances de tratamentos eficazes e resultados positivos.

Outro ponto relevante é o custo reduzido do equipamento, que pode funcionar de forma portátil, alimentado por notebooks ou power banks, o que facilita seu uso em diversas localidades, incluindo regiões com acesso limitado a grandes centros de saúde. O desenvolvimento dessa tecnologia coloca o Brasil em destaque no campo da inovação médica, demonstrando a capacidade de criar soluções tecnológicas avançadas com potencial impacto social positivo.

Além da versão portátil, os pesquisadores estão trabalhando em um modelo estacionário do aparelho, semelhante a um mamógrafo convencional, que realizaria automaticamente todas as imagens necessárias, de forma semelhante a uma tomografia computadorizada. Essa variação do equipamento visa atender diferentes demandas clínicas e ampliar as possibilidades de uso da tecnologia, integrando-se ao fluxo dos exames médicos atuais.

O projeto da nova tecnologia para mamografia sem compressão está em fase avançada e busca parcerias comerciais para viabilizar sua produção em larga escala e a realização de testes clínicos em pacientes. A expectativa é que essa inovação possa revolucionar o modo como o exame é realizado, promovendo maior conforto e precisão, além de aumentar a adesão das pacientes ao rastreamento preventivo do câncer de mama.

Em suma, a nova tecnologia de mamografia desenvolvida pela USP e Instituto Federal representa um passo importante para a medicina diagnóstica no Brasil. Ao eliminar a compressão das mamas durante o exame, o aparelho traz um avanço no conforto do paciente e na qualidade das imagens obtidas, potencializando o diagnóstico precoce do câncer de mama. Essa inovação pode ser um divisor de águas na saúde feminina, ampliando o acesso e a eficácia dos exames preventivos em todo o país.

Autor: Dennis Smith

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